Padre Badacer, missionário do Regional ad gentes

Padre Badacer, missionário do Regional ad gentes

Em sua 1ª visita ao Brasil, o Papa Francisco deixou uma exortação aos fiéis: “Eu não quero uma igreja tranquila. Quero uma igreja missionária”. Conheça um pouco mais sobre a experiência missionária de Padre Badacer Ramos de Oliveira Neto, da diocese de Itabuna-BA que, no ano passado, foi enviado para trabalhar em Moçambique. É mais um missionário do nosso Regional na missão ad gentes! Vale a pena conhecer um pouco da sua experiência missionária. Por isso, deixamos a palavra com ele.

Sou o Pe. Badacer Neto, tenho 33 anos de idade e sete anos de sacerdócio. Durante todo o meu processo de formação, no seminário, guardei e nutri o desejo de experimentar a vida missionária, graça que finalmente me foi concedida.

Durante o retiro espiritual da Fraternidade Sacerdotal em que participei, no ano passado, em Arrozal-RJ, o Pe. Maurício, missionário que regressara da África, fazia o apelo para que nos dispuséssemos à missão. Vi então, que tinha chegado a hora e conversei com ele sobre o meu desejo missionário. Regressei do retiro e falei com meu bispo, Dom Ceslau, que se mostrou favorável ao projeto e ajudou a encaminhar as coisas.

Eu participo do projeto missionário Igrejas-irmãs Brasil-Moçambique. O Regional Nordeste 3 tem uma frente missionária na Arquidiocese de Nampula onde assume duas paróquias, uma vez que o número de padres é pequeno e as comunidades cristãs estão a se multiplicar.

A equipe missionária à qual pertenço é configurada por três padres e uma leiga. Assumimos duas paróquias: São Miguel Arcanjo e São Paulo. A primeira, com 107 comunidades e a segunda, com 56 comunidades. Trabalhamos também na promoção das vocações e cuidamos de alguns projetos sociais.

Moçambique é um país de contrastes muito grandes, devido à sua história. É considerado um dos mais pobres do mundo. Sua infra-estrutura é precária e a grande maioria do povo, sobretudo o mais simples, não tem acesso à educação e à saúde. Entretanto, é um país de paisagens lindíssimas e de uma riqueza natural e cultural imensa. A população é predominantemente rural e vive da agricultura.

Nós vivemos na vila chamada Moma que muito me fez lembrar a Bahia e a minha cidade natal, Canavieiras. Esta vila está localizada bem perto do Oceano Indico e junto a alguns rios. Por isso, o povo vive também do pescado.

A vila de Moma é predominantemente mulçumana, o que torna ainda mais desafiante a nossa presença missionária. Na entrada da vila está erguida uma pequena mesquita, indicando assim que o terreno é muçulmano. Não existem feriados cristão-católicos, mesmo assim, as comunidades cristãs estão a se multiplicar e se fortalecer. Nestes três meses da minha presença aqui, já houve inauguração de três capelas e comunidades cristãs. É importante salientar que os cristãos e os mulçumanos convivem em harmonia; não há conflitos ou agressões.

Existem muitos desafios aqui, mas com a confiança em Deus vamos enfrentando. Em breve, enviarei mais notícias.

Penso que também nós, enquanto Regional, devemos começar a sonhar com uma frente missionária junto a uma Igreja-irmã que necessite da nossa presença e ajuda. É um sonho, mas se trabalharmos para que isso aconteça, poderemos torná-lo realidade. Estamos juntos!

23 de janeiro de 2014

Fonte: Site da CNBB NE3